Este site é fruto de um extenso, exaustivo - e gratificante - trabalho, nascido de muito suor, uma boa dose de insônia e infinita persistência. Foram longos anos de pesquisa, recorrendo aos mais diversos meios, desde os métodos mais arcaicos e tradicionais até os recursos mais modernos e sofisticados. Foi preciso revirar os baús dos bisavós e os sites de busca da internet, amolar os parentes, decifrar velhos manuscritos empoeirados e antigas anotações amareladas pelo tempo, esquadrinhar microfilmes, e enviar cartas, telefonemas, fax e e-mails para todos os cantos do Brasil e do mundo. E, acima de tudo, exercitar a paciência, muita paciência.

Mas, se trouxe fadiga, este trabalho trouxe também grandes lições. Trouxe a inegável alegria de ver surgir entre meus ancestrais nomes famosos - velhos conhecidos dos livros de História. Trouxe também a implacável certeza de reconhecer que qualquer personagem que tenha vivido há 500 anos terá hoje - além de mim - outros cem milhões de descendentes. E assim, mesclados ao longo destas páginas, o orgulho e a humildade acabaram sendo a têmpera e o tempero que moldaram um gigantesco, novo e inesperado conhecimento.

Hoje, certamente, sei mais do que sabia. Sei que por mais ignorantes que sejam sobre seu passado, todas as pessoas têm milhões de ancestrais. Sei que por mais simples que pareça sua origem, todas as famílias vêm de linhagens milenares. E se algo hoje me diferencia de outras pessoas, não é o número de antepassados nem os séculos de história familiar, mas sim o fato de que agora posso dizer que sei algo sobre eles. Não sou hoje nem mais nem menos importante do que sempre fui; também não sou nem mais nem menos importante que qualquer outro - sou, talvez, apenas melhor informado.

E ante a velha pergunta: "A que família você pertence?", compreendo hoje que esta é uma questão desprovida de qualquer sentido. Pertenço a todas as famílias. E sei que todos pertencem à minha família. Pois nesta longa busca, encontrei centenas de sobrenomes, sobrepondo-se e confundindo-se em dezenas de gerações, formando uma interminável rede de árvores genealógicas entrelaçadas, cuja malha revela de maneira indiscutível que, ao final, todos são parentes de todos.

Se alguém quer saber qual é minha origem, que sangue corre em minhas veias, quem é minha família, esta é a resposta:

São brasileiros e estrangeiros, tupis e tapuias, portugueses e ilhéus, espanhóis, italianos e franceses, alemães e húngaros, holandeses e belgas, ingleses e irlandeses, turcos e árabes, gregos e armênios, europeus, americanos, asiáticos e africanos, católicos e protestantes, judeus e muçulmanos, ateus e pagãos, padres e leigos, peregrinos e missionários, convertidos e excomungados, santos e profetas, professores e analfabetos, médicos e engenheiros, juízes e advogados, mecânicos e sapateiros, artesãos e mercadores, fazendeiros e lavradores, escravos e senhores de terra, nobres e plebeus, reis e imperadores, náufragos e degredados, assassinos e assassinados, militares e guerreiros, alferes, sargentos, tenentes e capitães, majores e coronéis, caciques e deputados, governantes e autoridades, rebeldes e foragidos, exploradores e navegantes, bandeirantes e pioneiros, fundadores de cidades, desbravadores do sertão, caçadores de índios e pescadores de baleias, crianças que nasceram no mar, anciãos que morreram na selva, princesas raptadas e barões raptores, herdeiros e bastardos, ricos e pobres, Braganças e Marias da Silva, nomes ilustres e ilustres desconhecidos, personagens históricos e meros anônimos, milhares e milhares de alguéns, e milhões e milhões de ninguéns...

 

 

 

Nas primeiras sete gerações, estão nossos ancestrais que viveram nos séculos XIX e XX. Para estas gerações, procurei fazer uma pesquisa ampla, incluindo não só os ancestrais e seus filhos, mas, na medida do possível, todos os seus descendentes. Portanto, estão citados neste site todos os nossos primos até o quinto grau. Quando me propus a cumprir esta tarefa, não imaginei que nossa "família" acabaria ficando tão grande. Para meu desespero, descobri que os 96 pentavós de meus netos (encontrei o nome de apenas 92) tiveram milhares de descendentes. Até agora, entre ancestrais, tios e primos, descobri a existência de nada menos que 6000 parentes diretos nos últimos duzentos anos, sem contar seus milhares de cônjuges e sogros. Naturalmente a pesquisa não está completa, e suponho que ainda existam alguns milhares de primos por descobrir.

 

Pela enormidade destes números, seria impossível prosseguir pesquisando "primos" nas gerações mais antigas. Assim, a partir da oitava geração, cito apenas os ancestrais e seus filhos. Mesmo assim, com o avanço das gerações, os números continuaram se avolumando geometricamente. Para tornar a situação mais difícil, à medida que a pesquisa se aprofunda através da Idade Média, as incertezas aumentam e as controvérsias entre as fontes se avolumam na mesma proporção.

 

Assim, decidi estabelecer um limite, e parar em vinte e cinco gerações. São séculos e séculos de história familiar, em um trabalho que me levou a um mergulho de mil anos no passado. Ao longo da pesquisa, descobri detalhes sobre a vida de nada menos que oito mil e quinhentos ancestrais. E, como brinde, aprendi muito, muito mesmo, sobre a história de São Paulo, do Brasil e da Europa.

 

Agora, chegou o momento de compartilhar. Não seria justo manter estes textos escondidos em uma gaveta ou codificados em um pen-drive, acessíveis a poucos amigos ou parentes. Espero que o site seja útil para muitas pessoas, e que seja interessante para outras tantas. E espero que, através dele, apareçam novas informações que me permitam complementar e corrigir os dados aqui apresentados.

 

OBSERVAÇÃO IMPORTANTE: As informações a respeito dos netos, bisnetos e outros descendentes mais recentes foram obtidas através de dados coletados de centenas de fontes diferentes, incluindo jornais estaduais e municipais, revistas e publicações diversas, diários oficiais, proclamas de casamento, notícias de nascimento e de falecimento, colunas sociais, blogs pessoais, páginas de redes sociais, sites de genealogia familiar, lembranças de parentes idosos, etc. Pelo caráter destas fontes, algumas das informações aqui transcritas podem necessitar confirmação antes de serem tomadas como verdadeiras.